Por que o Buddhismo fala de "sofrimento"?

Na verdade, o termo sânscrito Duh:kha -- em páli, Dukkha --, freqüentemente traduzido como "sofrimento", deve ser mais corretamente entendido como significando insatisfação ou angústia mental, e não o sofrimento físico em si. Essencialmente o Buddhismo fala de Duh:kha como sendo a conseqüência do processo de ignorância perceptiva, que nos faz agir, sentir e pensar de forma pouco equilibrada e assim provoca em nossas vidas um sem-número de momentos estressantes e insalubres: neste momento estamos alegres, logo após estamos cheios de raiva; agora nos sentimos amorosos, tempos depois sentimos desprezo. Este processo irregular de altos e baixos perceptivos e emocionais cria em nosso íntimo muita angústia e insatisfação, fazendo de nossas vidas um palco de experiências discordantes e decepcionantes, afastando a real felicidade.

Portanto, por "sofrimento" devemos entender o fenômeno da ignorância mental agindo como fator delusório, e nos deixando à mercê de um encadeamento de emoções insalubres e conflitantes, seja em momentos alegres ou tristes. O Buddhismo aponta para o fato de que tal processo, apesar de parecer natural ou pelo menos inevitável, é fruto de uma incapacidade de acessarmos nosso potencial saudável de consciência correta e percepção apurada. Assim, existe uma saída para o jogo de êxtases e agonias que a vida nos apresenta. Através da superação da insatisfação (ou sofrimento) mental, atingimos um estado de auto-regulação saudável e esclarecido, permitindo que a felicidade se instale em nossas mentes e corações.

Quais são as Escolas Buddhistas Tradicionais?

Um dos aspectos mais fascinantes do Buddhismo é o de não se apresentar como um bloco monolítico, mas sim por meio de uma variedade de manif...